terça-feira, 25 de agosto de 2015

É preciso conhecer a atividade e arregar as mangas.




Ser dono do próprio negócio é o sonho de milhões de brasileiros. No imaginário popular, abrir uma empresa significa ganhar muito dinheiro, trabalhar pouco, ter horário flexível e outras regalias. Mas poucos conhecem os obstáculos e os sacrifícios enfrentados por empreendedores que acreditaram em seu projeto e que hoje se tornaram referência no setor em que atuam.
Nesse grupo de lutadores exitosos estão nomes como José Azevedo, presidente do grupo TV Lar; Sidnei Pedrosa, presidente do grupo DB; Francisco e Marianna Daou, proprietários da rede Waku Sese; e Milene Ribas e Maurício Pardo, proprietários da Bárbaros Confeitaria.
 Aos 79 anos, José Azevedo tem uma história marcada pela dedicação ao trabalho e pela perseverança. Português da cidade de Albergaria-a-Velha (Distrito de Aveiro), Azevedo chegou a Manaus em novembro de 1934 junto com seus pais, com pouco mais de um ano de idade. A necessidade de trabalhar começou na infância, já que precisava entregar as roupas que sua avó lavava e engomava para a clientela.
Aos 17 anos, passou a consertar rádios na função de rádio-técnico. A competência na atividade fez com que Azevedo se tornasse muito conhecido na cidade. Para atender à demanda das empresas de assistência técnica e dos clientes, ele criou em 1964 a “Importadora TV Lar”, que vendia peças para rádio. Quase 50 anos depois, a empresa deu origem a um grupo de 28 lojas da marca, uma rede de concessionária de motos Yamaha e ao Manaus Plaza Shopping.
“Para empreender tem que conhecer o mercado, tem que acreditar e tem que trabalhar”, resume José Azevedo, que também é sócio da fábrica Yamaha Motor da Amazônia.
Dentre as dificuldades enfrentadas pelo empresário, ele cita os dois incêndios que ocorreram no Plaza Shopping em 2008 e um incêndio sofrido há 22 anos pela loja central, na rua Henrique Martins (Centro), que destruiu toda a mercadoria importada.
“Quase eu perco o prédio da sede. Escapei de morrer, fiquei todo queimado. É terrível ver seu patrimônio pegar fogo. Tive vontade de desistir, mas meus filhos e funcionários me incentivaram. As barreiras existem. Quantas vezes eu chorei sozinho porque tinha que seguir em frente, mas não tinha com quem dividir as dificuldades”, lembra.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O caminho das águas



Em 2007, a Coca-Cola tentou emplacar no Norte do Brasil sua água Aquarius, mas teve de abandonar a experiência depois de alguns meses. A bebida, que tem prazo de validade de 90 dias, demorava quase um mês para chegar a alguns destinos. Com isso, o tempo para vendê-la nesse mercado era tão pequeno que não compensava o investimento de transporte. No passado, outro produto da companhia sofreu com as intempéries da região. Até o final da década de 70, a Fanta Laranja chegava ao Acre descolorida. 
Durante a viagem, o sol castigava tanto os engradados que fazia a cor artificial do refrigerante desaparecer. O problema foi resolvido com a inauguração de uma fábrica da Coca-Cola no Acre. Mesmo assim, nos primeiros tempos de vendas, parte dos consumidores estranhou o produto. “As pessoas chegavam no mercado e pediam a Fanta ‘branca’, que era a que elas conheciam”, diz Antonino Araújo, que na década de 70 trabalhou como diretor do grupo Simões, empresa distribuidora da Coca-Cola no Amazonas. 
Em razão dos problemas enfrentados por terra e água, a distribuição de cargas na Região Norte por transporte aéreo vem ganhando força como alternativa, ainda que isso resulte em despesas maiores. Num percurso de aproximadamente 1 000 quilômetros, que vai de Manaus até Parintins, por exemplo, a entrega de uma encomenda de 100 quilos realizada por avião custa 2 000 reais, o equivalente a 20 vezes o valor cobrado no transporte fluvial. Muitas vezes, porém, a agilidade do serviço compensa essa diferença de preço. 
“Uma carga retirada do aeroporto de Guarulhos às 20 horas estará em Manaus, já liberada para ser distribuída, por volta das 10 horas da manhã seguinte”, afirma Marcus Sabino, executivo de contas da companhia de transportes aéreos Atual, de Manaus. Para gozar dessa agilidade, a filial brasileira da fabricante americana de brinquedos Mattel embarca desde carrinhos Hot Wheels até as bonecas Barbie e Poly de avião para a Amazônia. 
Atualmente, a Mattel envia duas cargas mensais de brinquedos, com 300 quilos cada uma, para Manaus. “O desafio é não repassar esse custo extra com a distribuição para o consumidor final”, diz Ricardo Roschel, diretor de operações da Mattel.
 “O desempenho de vendas em estados como Amazonas e Pará tem sido muito bom para a empresa, o que ajuda a equilibrar o custo da operação.” Por causa da demanda de clientes como a Mattel, o mercado de táxi aéreo da Região Norte anda bastante aquecido. 
A Amazonaves, de Manaus, uma das companhias que prestam esse serviço, dobrou seu movimento nos últimos cinco anos com a entrega de insumos para a Petrobras e de bens de consumo como roupas, cosméticos, bicicletas, produtos eletrônicos e computadores para distribuidores locais. Mas se as rodovias sofrem com buracos e as hidrovias com a falta de portos, o transporte aéreo padece com as chamadas “zonas escuras”. “Somos desprovidos de informações de Vôo, não existe nenhum apoio no interior da Amazônia para a navegação aérea”, afirma Geraldo Picão, sócio-fundador e piloto da Amazonaves. Em 2002, um piloto da empresa fez um pouso de emergência numa área de mata fechada e seu corpo só foi encontrado 90 dias depois.
Outra dificuldade é com o abastecimento, já que, além da capital Manaus, apenas quatro municípios – separados entre si por 3 horas de vôo – têm estrutura para abastecer os aviões. “Voamos com aviões Caravan, que têm apenas 6 horas de autonomia de vôo, o que é um complicador”, diz Picão.
No estado de São Paulo existe um aeroporto para abastecer a cada 15 minutos, o que dá uma idéia da aridez aeroportuária da Amazônia.
Com características tão peculiares, mesmo o transporte de uma garrafa de refrigerante apresenta desafios na Amazônia quando o destino da entrega é em localidades como Guajará, na fronteira do Amazonas com o Acre. “Talvez esse seja o nosso destino mais complicado, a começar pela distância”, diz Aristarco de Paula Neto, presidente do grupo Simões, que distribui os produtos Coca-Cola na região. Partindo de Manaus, em linha reta, seriam 1 300 quilômetros até Guajará, mas não há rodovia que ligue as duas cidades. 
A única rota possível é a fluvial, primeiro pelo rio Solimões, depois afluentes cada vez menores até o rio Juruá – o que resulta em 4 600 quilômetros da capital do estado até a cidade, a última fronteira da Amazônia. 
Apesar do uso intenso dos rios, eles nunca foram devidamente mapeados e não existe orientação oficial quanto à localização dos temidos bancos de areia, o que, não raro, causa acidentes. “Já perdemos cargas inteiras com barcos que tombaram após colisão com os bancos de areia”, disse Paula Neto. “No final das contas é a experiência do nosso caboclo que faz a balsa chegar ao destino.”  Portal Transporta Brasil

No período de Cheia nos Rios da Amazônia.



                                   No período de Chuvas e Cheia dos Rios da Amazônia.

Quando falamos que a logística na região norte é diferente de qualquer outra região do Brasil, não é atoa. A resolução mais rápida para o desbarrancamento na BR364 ( Sempre desbarranca em período de Chuvas ) é a construção de uma ponte provisória pelo Exercito, a mesma tem capacidade limitada, as cargas maiores são direcionadas para um desvio que dura meio dia de viagem, mas nem todas as carretas conseguem utilizar o desvio, devido as dimensões de suas cargas. A cratera que normalmente se abre pelo transbordamento de um igarapé na altura do quilômetro 703 da BR-364  atrasam as obras das UHEs do Madeira e dificultam a exportação da soja produzida no Mato Grosso.
No caso das hidrelétricas, a interrupção da rodovia impede o transporte; inviabilizando o transporte até Porto Velho de grandes equipamentos, que não podem passar pela ponte, cuja travessia está limitada a veículos pequenos e caminhões de até cinco eixos. Por outro lado, as carretas de grandes dimensões utilizadas nestes casos são muito largas e altas para passar pelas ruas por onde é feito o desvio do tráfego da BR. Com isso, os equipamentos transportados por rodovia é desviados em Mato Grosso para o porto de Belém, de onde seguem para Manaus até Porto Velho, com um atraso de três meses na entrega da carga se comparado ao tempo que seria gasto no transporte pela BR-364. A Seção de Fiscalização da Polícia Rodoviária Federal,  informa que diariamente 5 mil veículos passam pela BR-364, dos quais aproximadamente 800 carretas fazem o transporte de soja, da safra no Mato Grosso. Como a ponte metálica do quilômetro 703 impõe limites para o volume de carga, os grãos serão transportados em caminhões de menor porte. Somando este fator com a lentidão do tráfego na BR e os engarrafamentos formados em Porto Velho, dá para afirmar que haveria um atraso para a entrega da soja, impedindo o cumprimento de prazos firmados em contratos, como é comum em negócios desta monta.
Ponto de ligação entre o sul e o norte do Brasil, a BR-364 é utilizada para abastecer os estados de Rondônia e Acre e mais Amazonas e Roraima, via Hidrovia do Madeira. Milhares de carretas diariamente passam pela rodovia transportando, alimentos, combustível, veículos e medicamentos entre outros produtos. O Ministério Público Estadual tem um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) Polícia Rodoviária Federal, Prefeitura de Porto Velho, Governo do Estado e empresas que utilizam a rodovia, onde está acertados prazos para que o DNIT  providencie o conserto na Rodovia. sempre que se fizer necessário.   Marcus Lima.

Logística da Unilever na Região Norte


                                     A Logística do Sorvete - KIBON

Canoas para transportar sorvetes, pousos de emergência de aviões no meio da selva, crateras nas rodovias e outros lances da epopeia logística enfrentada pelas empresas para entregar suas mercadorias na Região Norte do país. Em São Gabriel da Cachoeira, município de 40 000 habitantes às margens do rio Negro, no Amazonas, uma criança toma um sorvete que viajou quase 10 000 quilômetros durante três semanas para chegar até ela. A epopeia começa no centro de distribuição da Kibon, do grupo Unilever, na cidade de Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo. De lá, mensalmente, saem comboios de carretas carregadas de produtos em direção às capitais da Região Norte do país. O trajeto rodoviário de 2 900 quilômetros até Belém, no Pará, consome cinco dias. Desse ponto, começa a etapa fluvial do percurso. Os caminhões seguem de balsa até Manaus, onde parte da carga passa a ser transportada em catraias, gaiolas e outras pequenas embarcações que abastecem vilarejos como São Gabriel da Cachoeira. Em alguns casos, um freezer horizontal, mesmo fora da tomada, serve como isolante térmico para preservar o carregamento. Em outras situações, quando os trechos permitem apenas a passagem de canoas, os sorvetes são levados em caixas de isopor com gelo seco. Por causa dessa complicada logística, os preços dos produtos sofrem um acréscimo de aproximadamente 10% até o destino. O ritmo de aumento do consumo nos estados do Norte do país é um dos principais motivos que levam uma empresa como a Unilever a fazer todo esse esforço logístico. Entre 2002 e 2005, dados mais recentes do IBGE, a taxa de crescimento da economia da região foi de 15%, a maior do Brasil durante o período. A operadora de celulares Vivo, por exemplo, registra um crescimento médio de assinaturas no Amazonas e no Pará de 48% nos últimos anos, o triplo do índice registrado em São Paulo. Em 2007, na Região Norte do país as vendas de cervejas ultrapassaram os 800 milhões de litros e as de refrigerantes somaram 1,2 bilhão de litros, recordes históricos. Todo esse crescimento, é verdade, vem ocorrendo a partir de uma base pequena. No caso dos sorvetes da Kibon, o consumo total da região é equivalente a um décimo do registrado no interior do estado de São Paulo. Mas hoje, para as empresas, importa mais a expectativa de crescimento que o tamanho do mercado. “Se deixarmos de abastecer o interior do Pará e do Amazonas, os concorrentes podem tomar conta de tudo”, afirma Marcelo Furtado, gerente de logística da Unilever.

Programa de Investimentos em Logística




O Governo Federal - lançou em Agosto/15 o Programa de Investimentos em Logística. Criado para melhorar a competitividade logística do país, o pacote visa beneficiar micro e pequenas empresas, principalmente as mais preparadas para atender aos grandes consórcios nacionais.
A presidente Dilma Rousseff disse à imprensa que o Programa tem o objetivo de reduzir custos em transportes, tornando a economia mais competitiva. Para a realização do projeto, o governo federal prevê investimentos de R$133 bi em nove trechos de rodovias e em 12 de ferrovias.
De acordo com o consultor do Sebrae em São Paulo, Reinaldo Messias, os benefícios podem acontecer em curto prazo para as pequenas empresas prestadoras de serviços como alimentação, vestuário e papelaria; ou em médio prazo, para os interessados em diminuir o custo do frete. O consultor dá alguns conselhos para melhorar a competitividade da empresa, como a qualificação da mão de obra e investimentos em TI.
Segundo Messias, o governo está dando um “anabolizante” ao mercado. “É só uma questão de usar a razão, perceber a oportunidade e tomar as decisões necessárias”. O profissional avalia as micro e pequenas empresas sob três aspectos: “o ombro direito, que dá sustentabilidade ao pequeno empresário, é a tecnologia de gestão, a exemplo da produtividade, mão de obra, entre outros. Já o esquerdo é o mercado, pois normalmente depende de fatores externos. A cabeça, por sua vez, é o comportamento do empreendedor, que vai determinar o quanto à frente da concorrência ele quer que o seu negócio esteja”, ressalta o consultor.
Quem compactua com a mesma opinião é o também consultor do Sebrae, Jean Fabio de Oliveira. “A questão da competitividade passa ainda pela adaptação da empresa aos novos processos e ao desenvolvimento de novos produtos. É a chamada inovação. Os empreendimentos que pensarem desta forma poderão aproveitar o pacote do governo federal”, encerra Oliveira.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Temporada de Cruzeiros se inicia em novembro 2015/16

www.portodemanaus.com.br

m Manaus, no dia 10 de julho de 2015, foram celebrados 10 anos de operação do navio Iberostar Grand Amazon, construído no Amazonas para oferecer aos turistas que visitam nossa região, uma confortável opção de transporte para conhecer um pouco das belezas da Amazônia.
Os Diretores Judson Drummond e Raimundo Nonato marcaram presença no evento em comemoração à primeira década de operações do navio Iberostar Grand Amazon, representando as empresas arrendatárias do Porto Público de Manaus, que tiveram, durante esse período, participação decisiva na vinda do Iberostar para o Amazonas.
O Diretor Presidente das arrendatárias, Judson Drummond, que já experimentou esta opção turística, afirma: “O Iberostar tem um grupo de colaboradores muito bem treinados e com muita competência recebem os turistas brasileiros ou estrangeiros, tornando mais rica ainda a experiência de conhecer a Floresta Amazônica. Trata-se de uma das melhores prestações de serviço hoteleiro e turístico da região”.
Durante o evento, os colaboradores que fazem parte deste seleto grupo foram premiados por sua dedicação ao longo de vários anos de serviços prestados.
O atual Diretor Geral do Iberostar Grand Amazon, Sr. Arnaud Le Lanchon, deu um rápido depoimento sobre o evento:
"Foi um prazer reunir todos os colaboradores, acompanhados de seus entes queridos, para uma festa tão especial. São dez anos do nosso navio navegando pelo Amazonas. A festa foi cem por cento dedicada a cada colaborador e sua família, além de prestadores de serviço de longa data, tendo eles a oportunidade de mostrar a seus familiares o orgulho que cada um possui pela empresa, e um pouco do trabalho que executamos nessa primeira década, da melhor forma possível.
Foi também uma maneira de o Iberostar agradecer a todos os que fizeram e fazem parte dessa aventura e história de sucesso! O Iberostar Grand Amazon já recebeu mais de 40 mil turistas e navegou mais de 436 mil quilômetros.
Temos um imenso carinho por todos, desde os colaboradores que estão conosco há pouco tempo, até os que, junto com o navio, completaram dez anos de dedicação.
Tendo em vista que são eles o capital mais importante de nossa empresa, todos desfrutaram de uma noite de gala, na qual foram as estrelas, com direito a homenagens, premiações de reconhecimento por tempo de serviço e principalmente,  muita alegria.
A todos eles a nossa gratidão por fazerem parte da família Iberostar Grand Amazon.” Arnaud Le Lanchon
As empresas arrendatárias do Porto Público de Manaus se associam a todos para parabenizar os idealizadores e os que ao longo destes 10 anos tem proporcionado este magnifico serviço turístico, desejando igual suce

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Honda traz novas cores e grafismos para modelos da família 500cc CB500F e CBR500R versão 2015

Honda traz novas cores e grafismos para modelos da família 500cc . 

Da editoria Veículos Jornal do Commercio

CB500F e CBR500R versão 2015 chegam com novidades na rede de concessionárias de todo País a partir deste mês.







A partir deste mês, dois modelos da família Honda 500cc, versão 2015, ganham novas cores e grafismos que complementam o lineup atual. Assim, a CB500F passa a ser comercializada nas cores preta (nova e inspirada na CB650), branca e vermelha metálica, agora com grafismo padronizado aos demais. A esportiva CBR500R, disponível apenas na versão ABS, também traz inovações visuais e está disponível em duas novas cores, preta e branca tricolor, com detalhes em vermelho e azul baseadas no visual do Team HRC (Honda Racing Corporation).
Produzidas na fábrica de Manaus, os modelos têm garantia de um ano, sem limite de quilometragem. Os preços públicos sugeridos são: CB500F R$ 23.053,00 (STD) e R$ 24.625,00 (ABS); CBR500R R$ 25.673,00 (ABS). A CB500X versão 2015 ainda não tem previsão de chegada ao mercado. Os valores têm como base o estado de São Paulo e não incluem despesas com frete e seguro.

domingo, 25 de janeiro de 2015

ZFM desperta interesse de universitários norte-americanos




O ano de 2015 começou com o modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) atraindo a atenção internacional. Nesta segunda-feira (5), cerca de 20 estudantes do curso de Administração da Universidade Estadual de Ohio (The Ohio State University), dos Estados Unidos, visitaram a sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) em busca de informações sobre o modelo ZFM e suas especificidades.

A comitiva foi recebida pelo coordenador-geral de Promoção Comercial da autarquia, Jorge Vasques, e pelo coordenador substituto de Estudos Econômicos e Empresariais da SUFRAMA, Renato Freitas, que proferiu palestra aos visitantes sobre o funcionamento do modelo de desenvolvimento regional.

Durante o encontro, ocorrido no auditório da autarquia, Freitas traçou um breve histórico do modelo ZFM, destacando o papel estratégico que a Zona Franca teve no desenvolvimento da Amazônia Ocidental. A logística de distribuição de produtos fabricados no Polo Industrial de Manaus (PIM) – com a utilização de multimodais – e a implantação de Áreas de Livre Comércio (ALCs), localizadas em áreas de fronteira do Brasil com países como Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela e Guiana, foram temas de destaque durante a apresentação.

Após explicar sobre os incentivos administrados pela SUFRAMA, pelo governo do Amazonas e pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) na região, Renato Freitas reiterou que aquele que pretende obter vantagens por produzir na Zona Franca de Manaus, além de ter projeto aprovado pelo Conselho de Administração da SUFRAMA, “deve cumprir determinadas contrapartidas, como gerar emprego e renda e reinvestir parte dos lucros na região; buscar constantemente o aumento da produtividade e competitividade; e investir em recursos humanos, dentre outros”. Freitas também abordou os benefícios ambientais conseguidos a partir da implantação do PIM, que, por ofertar uma alternativa econômica não predatória, “permitiu a preservação de 98% da floresta nativa do Amazonas, riqueza natural reconhecida mundialmente”.

Resiliência

Diante dos constantes desafios econômicos mundiais enfrentados nestes últimos anos, Freitas destacou a capacidade de recuperação que o Polo Industrial de Manaus tem. “O PIM apresenta tendência crescente nos índices de faturamento e geração de empregos e se mostra resiliente, pois consegue se adaptar e se recuperar de crises econômicas, como a registrada em 2008. Basta ver as estatísticas registradas nos anos seguintes às crises”, lembrou.

Agradecimento

Ao final da palestra, os estudantes se esforçaram para, em português, agradecer à equipe da SUFRAMA pela apresentação realizada. A comitiva continua na cidade durante toda a semana. Neste período, realizarão visitas guiadas a empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus para conhecer o funcionamento das cadeias produtivas da região.




Márcio Gallo

PIM fatura R$ 80,3 bilhões de janeiro a novembro de 2014


06/01/2015

PIM fatura R$ 80,3 bilhões de janeiro a novembro de 2014
Layana Rios

O Polo Industrial de Manaus (PIM) registrou faturamento de R$ 80,3 bilhões entre os meses de janeiro e novembro de 2014, conforme os dados publicados nos Indicadores de Desempenho do PIM, sintetizados pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA). O valor é 5,07% maior que o acumulado no mesmo período em 2013, quando o faturamento foi de R$ 76,4 bilhões. Já na comparação em dólar, o faturamento entre janeiro e novembro de 2014 (US$ 34.4 bilhões) é 3,31% inferior ao montante apurado no mesmo período de 2013 (US$ 35.6 bilhões).

Os segmentos Eletroeletrônico e Bens de Informática continuam sendo os principais responsáveis pelos números do PIM. Juntos, somaram, de janeiro a novembro, R$ 40,2 bilhões em faturamento, pouco mais da metade do valor total acumulado no PIM, e obtiveram crescimento de 5,33% em relação ao mesmo período de 2013. Entre os produtos que se destacaram em 2014 nestes segmentos, estão os televisores, com produção de 12,1 milhões de televisores com tela de cristal líquido (LCD) e 1,7 milhão de televisores com tela de plasma. As TVs de plasma, inclusive, apresentaram crescimento de 115,44% na produção. Os tablets também tiveram crescimento na produção de 15,18%, registrando 2,5 milhões de unidades produzidas de janeiro a novembro de 2014.

Outros segmentos que apresentaram crescimento no período de janeiro a novembro de 2014 foram o Metalúrgico, registrando faturamento de R$ 3,6 bilhões e crescimento de 15,43% em relação ao mesmo período do ano anterior; o Mecânico, com faturamento de R$ 4 bilhões e crescimento de 15,09%; o Termoplástico, que também faturou R$ 4 bilhões e apresentou crescimento de 10,45%; e o Químico, que faturou R$ 9,7 bilhões e registrou aumento de 5,30%. Cresceram ainda os subsetores Têxtil (71,48%), com faturamento de R$ 49 milhões; Bebidas (27,57%) faturando R$ 659,4 milhões; e Produtos Alimentícios (20,47%) com faturamento de R$ 219,8 milhões. O polo de Duas Rodas continua sendo impactado pelas dificuldades de acesso ao crédito para a compra de motocicletas no Brasil e teve queda de 3,73% no faturamento, registrando R$ 12,5 bilhões.

Além dos produtos já citados, obtiveram crescimento na produção no período de janeiro a novembro de 2014, os condicionadores de ar, tanto split system (crescimento de 21,98% e 3,6 milhões de unidades fabricadas) quanto o de janela (crescimento de 22,71% e 766,2 mil unidades). A produção de forno micro-ondas registrou crescimento de 17,76%, com 4,4 milhões de unidades fabricadas. Os aparelhos de GPS também registraram crescimento de 30,94%, com 129,6 mil unidades, e os gravadores e tocadores de DVD (incluindo Blu-ray) tiveram crescimento de 11,85%, com 2,6 milhões de unidades produzidas.

Na mão de obra, o mês de novembro registrou 118.485 trabalhadores, entre efetivos, temporários e terceirizados, já a média mensal do ano está em 122.329, a maior média já registrada no PIM.

Ano estável

De acordo com o superintendente em exercício, Gustavo Igrejas, mesmo ainda sem os dados de dezembro consolidados, o ano de 2014 já pode ser considerado estável. “Nossos indicadores apontam estabilidade do modelo. Recuperamos nosso patamar de crescimento em informática, mantivemos a recuperação da produção de ar-condicionado registrada nos últimos anos e tivemos um ano de Copa com bons números na área de televisores. Se o polo de Duas Rodas não estivesse enfrentando uma forte crise de crédito, teríamos um crescimento considerável da ZFM em 2014. A crise em Duas Rodas, porém, não tem qualquer relação com a Zona Franca. Não cansamos de repetir que em qualquer lugar do País que este polo estivesse, enfrentaria os mesmos problemas agora, porque a questão é de mercado, as pessoas querem comprar motos, mas não conseguem financiamento. Fora a crise de Duas Rodas, não tivemos nenhuma queda acentuada, então posso classificar 2014 como um ano bom, estável”, afirmou Igrejas.

Veja em

cgcom@suframa.gov.br

"O GLOBO " Zona Franca de Manaus fecha 10 mil vagas Demissões são concentradas nos setores de motos e eletrodomésticos.



BRASÍLIA - A estagnação da economia atinge em cheio dois dos principais polos industriais da Zona Franca de Manaus: duas rodas e eletroeletrônicos. E a tendência é é a situação piorar em 2015, com o anunciado corte nos gastos públicos. A Zona Franca emprega 120 mil trabalhadores e tem contribuído para a geração de cerca de dois milhões de empregos indiretos em todo o país. Neste ano, entretanto, o polo industrial deve fechar 10 mil vagas, segundo estimativas do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam). E as contratações temporárias para o Natal caíram mais da metade, de 9,5 mil trabalhadores para 3,2 mil.

O diagnóstico de empresários e sindicalistas da região é que as razões da crise são a restrição ao crédito para aquisição de motocicletas, principalmente de baixa cilindrada (até 150 e usadas para trabalho de motoboys e mototaxistas) e a queda nas vendas de eletroeletrônicos, decorrente do esfriamento da economia. O quadro se agrava diante da falta de uma política industrial que estimule o desenvolvimento da região e de investimentos em pesquisa e em novas tecnologias. Os gargalos na infraestrutura local são um ingrediente a mais na piora da competitividade da Zona Franca.

As fábricas da Honda e da Yamaha demitiram este ano cerca de seis mil trabalhadores. O setor de eletroeletrônicos também vem eliminando vagas. Mas, além da queda nas vendas, boa parte dos cortes está concentrada em fábricas em processo de estruturação e que perderam mercado para as gigantes LG e Samsung, com tecnologia mais avançada.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana, cita alguns exemplos de empresas que perderam espaço no mercado e estão enxugando o quadro de funcionários. A Philco, que foi vendida e teve a marca alugada para a Britânia, e a Lenovo (antiga CCE) vivem esse processo. Juntas, estas fábricas já demitiram 2,5 mil trabalhadores. Sony, Panasonic e Semp Toshiba, que empregavam em torno de nove mil funcionários e atualmente têm três mil, engrossam a lista.

Entre quinta e sexta-feira da semana passada, o sindicato homologou cerca de cem rescisões de trabalhadores da Semp Toshiba. Ligadas ao setor de eletroeletrônicos, as fábricas de plástico acumulam quatro mil demissões, pelas contas da entidade, motivadas principalmente pela proliferação das tevês com tecnologia LED, que utilizam menos esses materiais.

FALTA DE QUALIFICAÇÃO DE PESSOAL
Mãe de três filhos, a assistente administrativa Ana Carolina Gomes, de 27 anos, foi demitida em outubro pela Philco, onde trabalhava desde 2012. Alegaram corte de custos. Outros 500 colegas também foram desligados na mesma época. Conseguir um novo emprego na região não está fácil.
— Quando surge uma vaga, eles exigem muita experiência, qualificação e cursos de especialização. Acontece que a gente não tem dinheiro para pagar esses cursos — queixa-se Ana Carolina.

O gerente de Relações Institucionais da Honda, Mário Okubo, informa que a fábrica deixará de produzir neste ano entre 120 mil e 130 mil motocicletas, queda de 10% em relação ao ano anterior. A fábrica suspendeu o expediente nas sextas-feiras em setembro e outubro e demitiu. Segundo o executivo, as vendas caíram devido às restrições ao crédito: de cada dez pedidos, oito são recusados pelas financeiras. Antes, era o inverso. Para ele, a situação tende a piorar em 2015, com a promessa de ajuste nas contas públicas, aumento nos juros e menos incentivo ao consumo.

O presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Eletroeletrônicos de Manaus, Celso Piacentini, disse que a situação não chega a ser “catastrófica” porque as empresas de tecnologia de ponta acabam absorvendo trabalhadores. Ele considera as demissões entre novembro e dezembro sazonais, pois nesse período do ano a indústria já produziu as encomendas. Destaca ainda que houve uma antecipação das vendas de televisores com a Copa do Mundo. Reforça, entretanto, a avaliação de que 2015 será um ano difícil:
— Prevemos um futuro mais apertado.
Valdemir Santana, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, avalia que, além de política industrial, o governo tem que fazer que os recursos arrecadados pela Zona Franca para financiar pesquisa e desenvolvimento fiquem na região.
— Temos que desenvolver uma tecnologia nossa. Os centros de tecnologia das empresas instaladas na Zona Franca estão localizados fora do país — disse.

EMPRESÁRIOS ACUSAM TESOURO
O presidente do Cieam, Wilson Périco, acusa o Tesouro Nacional de reter os recursos arrecadados pela Zona Franca que deveriam ser investidos em programas de desenvolvimento da região. E, segundo Périco, cerca de R$ 1 bilhão foi destinado ao agronegócio e ao programa Ciência Sem Fronteira neste ano.

A burocracia do governo federal é outro problema. O Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) foi criado em 2002 com investimentos de R$ 120 milhões, mas até hoje não tem modelo de gestão, quadro funcional, nem CNPJ. Ele foi idealizado para desenvolver projetos em cosméticos, medicamentos e alimentação, aproveitando os recursos naturais, como açaí, guaraná, buriti, mas, sem estrutura, utiliza apenas 30% de sua capacidade.
Para o professor da PUC-AM e consultor do Cieam, Alfredo Lopes, a Zona Franca só conseguirá caminhar sem depender dos incentivos federais (que foram prorrogados por mais 50 anos), se o governo adotar um plano para estimular o desenvolvimento da região, destravar os gargalos e patrocinar projetos para explorar o potencial da floresta.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) informou que está trabalhando para reestruturar o centro de biotecnologia: “Estamos trabalhando para estruturar processos críticos, como a compra de insumos, contratação de pessoal e atração de pesquisadores”. O texto diz ainda que, apesar das críticas, “a economia da região tem expansão acima da média nacional em 2014” e que a média mensal dos empregos até setembro está em 122 mil, índice histórico. Procurado, o Ministério da Fazenda e o Tesouro não se manifestaram.